terça-feira, 16 de dezembro de 2014

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Parabéns Mafalda!



A menina que tudo questiona continua actual… e sem rugas. A fantástica personagem Mafalda, de Quino, chega aos 50 sagaz e anticonformista, sem perder relevância. Os 50 anos das suas tiras de BD inconformistas, e o seu espírito rebelde, não podiam estar mais em voga num mundo em convulsão. “Muitas das coisas que ela questionava ainda não foram resolvidas”, sintetiza o desenhista Joaquín Salvador Lavado, mais conhecido por Quino, que deu vida a Mafalda de 1964 a 1973. O autor publicou o seu primeiro trabalho em 1963, mas foi a pequena menina de cabelo preto e fita vermelha que o levou à fama, em 1964. Quino tinha esboçado a personagem um ano antes, numa tira para a publicidade de uma marca de eletrodomésticos, mas que não prosperou. "Adaptei a tira. Como não tinha que elogiar as virtudes de nenhum aspirador, fi-la reclamar, algo carrancuda." Quino encerrou as aventuras da personagem em 1973. O autor afirma que acabou com a série por "estar cansado de fazer sempre a mesma coisa". Em 1976, com o golpe militar na Argentina, Quino exilou-se em Milão, mas a sua Mafalda continuou a habitar o país. "Acredito que tal aconteceu porque a arte das tiras era considerada um género menor, que não representava uma ameaça como voz histórica. Os desenhos não aparentavam ser uma arte altamente intelectual e eram percebidos como entretenimento". Hoje, Mafalda é muito popular em vários países e Quino afirma não ficar surpreso com o facto de ser uma das 10 figuras argentinas mais famosas do século XX. "Acredito que a temática é comum a todos os grupos familiares humanos, estejam na China, na Finlândia ou na América Latina". Muitos chegam a comparar a menina argentina de classe média com Charlie Brown, personagem criado pelo americano Charles Schulz. Mas para Quino, "Mafalda pertence a um país denso de contrastes sociais, que apesar de tudo queria integrá-la e fazê-la feliz, mas ela nega e rejeita todas as ofertas. Charlie Brown vive num universo infantil próprio, do qual estão rigorosamente excluídos os adultos, com a diferença de que as crianças querem tornar-se adultos. Já Mafalda vive num contínuo diálogo com o mundo adulto, mas rejeita-o, reivindicando o direito de continuar a ser uma criança". De acordo com o desenhista, Schulz criou personagens antipáticos, simpáticos, bons, maus, invejosos e isso foi uma revolução. "Eu inspirei-me bastante nele, mas, como não sou americano, fiz uma adaptação muito argentina e própria da coisa". A efeméride do cinquentenário foi celebrada na última edição do Festival Internacional de Angoulême, em França, o mais importante evento do mundo dos quadradinhos, que montou uma exposição em homenagem a Mafalda. A cada ano, cerca de 200 mil ilustradores, argumentistas, editores e apaixonados pelas histórias em BD reúnem-se nesta aprazível cidade para celebrar o género. E nesta edição, foi possível visitar uma réplica do apartamento em que vivia Mafalda e da sala de aula onde ela lançava as suas frases que pulsavam sinceridade. Também andavam por lá os seus companheiros Manolito, Felipe, Susanita e Miguelito. “Às vezes, surpreende-me o facto de algumas tiras feitas há mais de 40 anos ainda serem aplicáveis hoje”, explica o autor, de 81 anos, que não pôde viajar para o evento por questões de saúde. Aliada a uma recriação do mundo, que reflete a classe média progressista argentina dos anos 1960, a organização do festival de BD reuniu ainda tiras originais, reproduções e materiais que serviram de inspiração ao desenhista da célebre menina de seis anos, que usa um laço na cabeça e detesta sopa. “O que me surpreende é ver que minha obra se desenvolveu desde sua publicação até o dia de hoje, e que boa parte dos temas, para não dizer todos, continua atual e compreensível”, explica Quino numa entrevista por email à AFP de Madrid, onde mora parte do ano. No tempo restante, vive em Buenos Aires.

Menina idealista e sincera, Mafalda nunca se calou perante a inquietude que lhe causava um mundo adulto, que não lhe oferecia respostas satisfatórias, algo que persiste até ao século XXI. E, mesmo que seja só uma tirinha de banda-desenhada, como insiste o seu criador, a mesma traduz matizes da personalidade do próprio que a fez. Quino sempre se definiu como um “pessimista”, que mantinha sempre viva a “ilusão de que sua obra servia para mudar alguma coisa”. Através do olhar crítico da sua menina de classe média, Quino apresentou a própria visão anticonformista do mundo. Os seus temas favoritos são os problemas económicos e sociais, as desigualdades, a injustiça, a corrupção, a guerra e o meio ambiente. "Sem ir muito longe, no ano passado saiu em Itália um livro sobre a Mafalda. O mais incrível é como muitas das histórias pareciam fazer referência directa à campanha de Berlusconi", comenta. Ao ser questionado sobre como vê a Argentina e o mundo de hoje, Quino mantém a postura. "A nossa obrigação é acreditar que o futuro vai ser melhor, mas no fundo sabemos que tudo continuará a ser como até agora"… Não diria Mafalda o mesmo? Para marcar a festividade, há exposições previstas na Argentina, Itália, Espanha, Canadá e México sobre a Mafalda e os 60 anos de carreira do seu autor.



sábado, 6 de setembro de 2014

BFF


domingo, 23 de março de 2014

Sufixo “ismo” e “dade”

"... ISMO"

O sufixo “ismo” vem do grego e indica uma ideologia, um sistema a ser seguido, algo consolidado como regra ou, que se acredita ser uma regra. Ex: positivismo, cristianismo, helenismo, jornalismo e etc., O "ismo", designa um conjunto de crenças ou doutrinas de um determinado grupo, ex: escolar, religioso, filosófico, teatral, político e musical.

Na medicina indica patologia, doença. Isso confunde e leva a uma analogia já que a própria raiz 'vocabólica' condena. Alguns no que tange a religião compreendem errado. 
Essa confusão também atinge esferas da sociedade: Homossexualismo. Para a Medicina o termo deixou de ser tratado como patologia por volta de 1985 e muda para "homossexualidade", o sufixo "dade" é adicionado, significando "modo de ser", comportamento.

O sufixo “-dade” é acrescido a adjetivos para formar substantivos que expressam: estado, situação ou quantidade, ex: “igual+dade = igualdade”, “leal+dade = lealdade”, “mal+dade = maldade”, etc. 
Ao receber tal sufixo, adjetivos terminados em “-az”, “-iz”, “-oz” e “-vel” reassumem a forma latina, uma das quais é “-bil”. Assim, o adjetivo “amável” forma o substantivo que a ele se refere retomando a forma que tinha no latim: “amabile”, sem o “e” final: “amabil-“. Soma-se a ele o sufixo “-dade”, desta forma: “amabil + idade = amabilidade”. 
O sufixo “-dade” no exemplo de “amabil-i-dade” é acrescida vogal de ligação por motivo de eufonia e facilidade de pronúncia. Então temos o sufixo “-dade”, como em “bondade” e “-idade”, como em “volatilidade”.
São muitos os substantivos formados a partir da forma latina do adjetivo correspondente, que indicam estado ou situação empregados de forma adequada:
- “O presidente foi tratado com muita amabilidade pelo anfitrião” – “Amabilidade”: condição de amável. 
- “No debate, discutiu-se a invariabilidade do advérbio” – “Invariabilidade”: condição ou estado de invariável. 
- “Deficientes enfrentam problemas, como falta de acessibilidade e desrespeito” – “Acessibilidade”: condição de acessível. 
- “As medidas contribuirão para dar sustentabilidade à extração da castanha” – “Sustentabilidade”: condição de sustentável. 
Hoje é comum a inadequação do emprego dos substantivos assim formados. O problema aumenta na razão direta da proliferação de nomes que contêm o sufixo “-idade” por confusão com nomes correlatos:
- “Composições receberam melhorias de confortabilidade e condições de acesso” – O correto é “conforto”. 
- “Isso foi feito para evitar certa irritabilidade na população” – O correto é “irritação”. 
- “Vamos verificar a condição de habitabilidade do imóvel” – O correto é “habitação”. 
Nos três exemplos não existe o traço condição ou estado, não cabe o substantivo terminado em “-idade”. Faz-se necessário, antes de empregar substantivos com o sufixo considerado, vermos se o sentido tem a ver com “condição” ou “estado”
É raro o neologismo em religião com sufixo "dade", mas temos "cristandade" que quer dizer: Conjunto de povos ou países cristãos. No sentido específico, esta palavra representa uma corrente de pensamento. A palavra cristandade foi usada na Idade Média para distinguir os cristão ocidentais europeus mais "puros" daqueles do outro lado do mundo, mais "sujos", que poderiam ser remidos pelo sangue de cristo. Embora não tenha hoje uma conotação negativa, muitos cristãos não aceitam essa palavra, pois acreditam que ela está revestida de práticas totalmente corrompidas.

Resumo: - o sufixo "dade" caracteriza individuo e o sufixo "ismo" grupo, sistemas de crenças. Fazer parte de um desses "ismo" não é ser doente, mas infelizmente só no papel, já que estar comungando de muitos credos atuais ou milenares, é estar adorando o deus do fundamentalismo e
Sobre o sufixo "ismo" seria prudente dizer que representa a idéia de "movimento constante em torno de... Assim isentamos qualquer julgamento sobre a palavra que carrega tal sufixo e entendemos o conceito que ela quer expressar.

SOLIDÃO


"Solidão não é a falta de gente para conversar,namorar, passear ou fazer sexo...
isto é carência. 

Solidão não é o sentimento que experimentamospela ausência de entes queridos que não podemmais voltar...
isto é saudade. 
Solidão não é o retiro voluntário que a gentese impõe as vezes, para realinhar os pensamentos...isto é equilíbrio. 
Tampouco é o retiro involuntário que o destinonos impõe compulsoriamente para que revejamos anossa vida...
isto é um princípio da natureza. 
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...isto é circunstância.
Solidão é muito mais que isto... 
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmose procuramos em vão, pela nossa Alma!"
Fátima Irene Pinto


NÃO É DO CHICO BUARQUE
Um grande equívoco

Desde 2004 que o poema ou reflexão que transcrevo abaixo por título Solidão, percorre toda a Internet atribuída ao Chico Buarque. Deixo aqui um esclarecimento: trata-se de página de dois livros meus a saber, Ecos da Alma e Palavras para Entorpecer o Coração. Foi  editada na minha coluna no Jornal Tribuna de Descalvado. Foi abertura de monografia da acadêmica paranaense Vera Lúcia Vieira que inspirou-se nele para escrever em espanhol "La Moderna Soledad Feminina".
Quando entrei em contato com o Curador Oficial do Site do Chico, ele respondeu-me laconicamente com tres linhas, que o Chico já teria dito à imprensa que não era dele. Perguntei então quando e em que órgão da imprensa ele teria se pronunciado mas sequer obtive resposta.
E com isto o texto continua circulando, circulando, circulando, levando consigo uma bela foto do ídolo no Bristol de Paris.
Bem, ao menos quem ler este artigo saberá a verdade e poderá me auxiliar passando a informação correta, pelo que muito agradeço.

Fonte

sexta-feira, 21 de março de 2014

terça-feira, 11 de março de 2014

COMO RENOVAR COLHERES DE PAU?

As tradicionais colheres de pau ou de madeira, não podem faltar numa cozinha mas, com o passar do tempo ficam rapidamente gastas e queimadas. Experimente redecorá-las com spray de aerossol para lhes dar um novo look.

colher de pau 1

O que precisa?

Colheres de pau
spray de tinta de aerossol (escolha cores mais fortes para um melhor efeito)
fita-cola
saco plástico
colher pau 2
Envolva a parte da concha da colher no plástico e prenda-o com fita-cola. Desta forma a parte da concha fica salvaguardada de qualquer pingo de tinta.
colher pau 3
Antes de pintar coloque sempre um jornal ou cartão por baixo para que não suje as superfícies à volta. Recomenda-se que faça a pintura ao ar livre.
colher pau 4
Seja criativo!  Experimente fazer diferentes padrões e desenhos com a fita-cola.
colher pau secar
Após pintar o cabo a toda a volta deixe secar a tinha por cerca de 20 minutos a meia hora evitando o máximo de contacto com a superfície pintada.
colher pau 5
Com cuidado retire a fita-cola.


colher pau 6

COMO REUTILIZAR COLLANTS E MEIAS DE VIDRO?

8 formas de reutilizar meias de vidro e collants estragados


Os “collants” ou meias de vidro são um acessório muito comum no guarda roupa feminino, no entanto eles são igualmente conhecidos pela facilidade com que se danificam.
As fibras sintéticas formam uma malha frágil a nível de estrutura porém, os seus constituintes materiais primários, (geralmente nylon 6,6 e spandex) são polímeros sintéticos com  propriedades específicas de elasticidade, durabilidade e resistência incomuns à maioria dos materiais e que podem ser aproveitadas para diversos usos.
1. Filtro fotográfico
Para os amantes das fotografia, as meias de vidro mais transparentes podem ser utilizadas para cobrir a lente da máquina transformando-se num filtro de luz matificante .
2. Polimento de superfícies
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A resistência e suavidade das fibras sintéticas de polímero fazem dos collants um excelente material para o polimento de superfícies mesmo sem empregar o uso de polish.
3. Filtro para aspirador
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Aplicar uma meia de nylon no tubo do aspirador é uma forma fácil e prática de encontrar pequenos objectos em locais de difícil acesso como debaixo de mesas e cadeiras ou entre as almofadas de sofás e poltronas. Para isso basta apenas fixar a malha da meia com um elástico ao tubo do aspirador para a impedir de ser sugada pelo vacum.
4. Removedor de verniz das unhas
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Para quem não tolera a textura do algodão, ou para quem simplesmente procura uma solução melhor para o aspecto baço que a acetona deixa ao remover o verniz das unhas, as meias de nylon são uma excelente solução.
As fibras sintéticas deste material não só removem eficazmente o verniz com a acetona como também conferem um polimento brilhante e uniforme à unha; têm também a vantagem adicional de poder ser reutilizadas várias vezes.
5. Armazenagem fácil
cebolas
A elasticidade dos collants permite-lhes facilmente armazenar objectos de diversos tamanhos.  São por isso uma solução prática na cozinha para conter legumes como alhos e cebolas impedindo as cascas de se espalharem pelo chão.
6. Teste para lixagem e polimento de madeiras
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Uma forma de verificar a suavidade da madeira durante a lixagem é colocando uma meia de nylon na mão deslizar sobre a superfície. Onde a malha ficar presa é necessário melhorar o polimento.
7. Reaproveitar pedaços de sabão para esponja exfoliante
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A textura particular dos collants e meias de vidro torna-as ideais para servir de esponja no banho. Os pequenos pedaços de sabão desaproveitados podem ser introduzidos na meia.
8. Guardar Potpourri
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Para guardar em gavetas ou oferecer, reutilizar meias de nylon de diversas cores para guardar potpourri.

COMO UTILIZAR OS RECURSOS ESTILÍSTICOS OU FIGURAS DE ESTILO DA LÍNGUA PORTUGUESA?

Sabia que existe na língua portuguesa mais de 100 recursos estilísticos ou figuras de estilo? Veja aqui alguns dos mais utilizados.

As Figuras de Estilo ou Recursos Estilísticos são geralmente agrupados segundo a sua função no texto:

Recursos Fonéticos

Aliteração

– Repetição intencional de sons e fonemas semelhantes, especialmente as consoantes das sílabas tónicas.
Ex:
Brandas as brisas brincam nas flâmulas…” (Fernando Pessoa)
“O rato roeu a rolha do rei da Rússia”

Assonância

 Repetição intencional da vogal tónica e ou de vocábulos com as mesmas consoantes e com vogais diferentes.
Ex: 
Repetição de vogais : “Pássaro da Lua; que queres cantar; nessa terra tua; sem flor e sem mar?” (Cecília Meireles)
Repetição de consoantes com vogais diferentes: “ É a moda da menina muda; da menina trombuda; que muda de modos e dá medo” (Cecília Meireles)

Rima

– Repetição de sons em locais determinados ao longo do texto, a Rima é também uma forma de Assonância. A rima pode ser colocada no interior ou no final dos versos podendo ainda ser alternadacruzada ou interpolada (ver tipo de rimas) ou emparelhada dependendo da localização do verso dentro da estrofe.
Ex: 
Tudo quanto há de vil, quanto há de belo,
Tudo era nosso irmão! – E assim sonhando,
Pelas estradas da Umbria foi forjando
Da cadeia do amor o maior elo!
(Florbela Espanca, Charneca em Flor)

Onomatopeia

– Imitação de uma voz, som, ruído ou animal como por exemplo as palavras “Atchim”(espirro) ou “Buá” (choro).
Ex:
“E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano.” (Machado de Assis)
“Crac, zigue-zague, pumba”

Recursos Sintáxicos

Assíndeto

 Exclusão dos elementos que ligam as frases ou orações como é o exemplo comum da conjunção “e”.
Ex: 
“Vim, vi, venci.” (Júlio César)
“Grita o mar, brama o fogo, silva a fera,
Chora Adão, geme o pranto, brada o rogo”
(Poetas do Período Barroco, apres. de Maria Lucília Gonçalves Pires)

Elipse

– Omissão de uma frase ou uma ou mais palavras que estão subentendidas no contexto.
Ex:
“A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos” (Carlos Drummond de Andrade)
“As rosas florescem em maio, as margaridas em agosto.”

Polissíndeto

– É o contrario do assíndeto.  O polissíndeto caracteriza-se pela repetição dos elementos que ligas as frases ou orações.
Ex:
Ora, há dez anos, neste chão de lava,
E argila e areia e aluviões dispersas,
Entre espécies botânicas diversas,
Forte, a nossa família radiava!
(Cesário Verde, O Livro de Cesário Verde)

Anáfora

– Repetição sucessiva de uma ou mais palavras no início das frases ou versos.
Ex:
Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.
(Manoel Bandeira)
“Vistes que com grandíssima ousadia, vistes aquela insana fantasia, vistes e ainda vemos cada dia.”

Epífora ou Epistrofe

 Repetição sucessiva de uma ou mais palavras no final das frases ou versos.
Ex:
“Ninguém sabe o que preciso, nem eu sei o que preciso”
“Homem!
Vive por Deus!
Sofre por Deus!
Morre por Deus!”
(Guerra Junqueiro)

Epanadiplose

– Repetição de uma palavra ou expressão no início e fim da frase,  oração ou verso.
Ex:
“Apagaste a candeia, não apagaste! (…) E fechaste o postigo, fechaste!” (José Régio, Encruzilhadas de Deus)
“Foste às compras, não foste?”

Epizeuxe ou Reduplicação

– Repetição seguida de uma palavra ou expressão na mesma frase ou verso.
Ex:
“Falamfalam, e nunca dizem coisa nenhuma.”
“Dizem, foge, foge, Lusitano.” (Camões)

Paralelismo

– Repetição sucessiva da mesma estrutura de uma frase ainda que o seu conteúdo difira.
Ex:
“Foi ritmo dos meu versos de paixão, foi graça no meu peito de descrente.” (Florbela Espanca, Charneca em Flor)
“Tristes novas traz o pagem, Que triste o rosto trazia; Fez-se um silêncio profundo Enquanto que ele as dizia, E a alva flor da laranjeira
Ainda por terra jazia.”

Enumeração

-  Exposição de pelo menos dois elementos do mesmo valor na frase.
Ex:
“O naturalismo; esses livros poderosos e vivazes, tirados a milhares de edições; essas rudes análises, apoderando-se da Igreja, da Realeza, da Burocracia, da Finança, de todas as coisas santas (…)”
(Eça de Queirós, Os Maias)

Gradação

– Exposição de uma sequencia de palavras ou frases segundo uma ordem lógica crescente ou decrescente.
Ex:
“Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns cingidos de luz, outros ensanguentados (…)” (Machado de Assis)
“Por uma omissão perde-se uma inspiração; por uma inspiração perde-se um auxílio; por um auxílio, uma contrição.”

Pleonasmo

– Reforço de uma ideia que já está expressa através de uma palavra ou expressão com o mesmo sentido.
Ex: 
“Eu canto um canto matinal” (Guilherme de Almeida)
Sorriu para Holanda um sorriso ainda marcado de pavor.” (Viana Moog)

Anacoluto

– Desvio da estrutura ou sentido da frase. O tipo mais comum de anacoluto é aquele em que o sujeito inicial é abandonado a meio ficando sem nenhuma acção na frase.
Ex: 
“O relógio da parede eu estou acostumado com ele, mas você precisa mais de relógio do que eu”. (Rubem Braga)
“A minha roupa, levo-a sempre àquela lavandaria.”

Hipérbato ou inversão

– Alteração da ordem mais comum das palavras numa frase. Esta pode também ser feita através do intercalar de outros sintagmas na frase.
Ex:
“Dá, contra a hora em que, errada,
Novos infiéis vençam,
A bênção como espada,
A espada como bênção!”
(Fernando Pessoa, Mensagem, “Os castelos”, D, Afonso Henriques)

Quiasmo

-  Estrutura cruzada ou intercalada entre duas expressões ou grupos de palavras.
Ex:
“Deixa aos tímidos, deixa aos sonhadores
A esperança vã, seus vãos fulgores…”
(Antero de Quental, Sonetos)

Recursos Semânticos


Comparação

-  Estabelecer uma semelhança utilizando palavras e expressões comparativas (como; tal como; assim como).
Ex:
“A noite descia como um cortinado.” (Carlos Queirós, Desaparecido)
“É que teu riso penetra n’alma
Como a harmonia de uma orquestra santa.”
(Castro Alves)

Metáfora

– Tal como a comparação estabelece uma relação entre dois elementos porém não utiliza as expressões ou palavras comparativas.
Ex:
“Fios de Sol escorriam de uma Azinheira perto da estrada.” (Vergílio Ferreira, Aparição)
“Amor é fogo que arde sem se ver. ” (Camões)

Imagem

-  Trecho de texto que descreve ou evoca vividamente aspectos sensoriais. É frequente a imagem conter outros recursos de estilo como comparações e metáforas
Ex:
“Os teus olhos são dois lagos encantados onde o céu se mira como num espelho!” (Carlos Queirós, Desaparecido)
“Para os vales, poedrosamente cavados, desciam bandos de arvoredos, tão copados e redondos, de um verde tão moço, que eram como um musgo macio onde apetecia rolar.”

Alegoria

– Conjunto de metáforas e ou comparações que formam uma imagem ou conjunto de ideias com um sentido ou contexto final mais extenso e determinado.
Ex:
“Os dias da nossa idade, ou seja curta ou comprida, são como as marés, que ora enchem, ora vazam: enchem nos rios da vida, vazam no mar da morte.“ (António das Chagas, Cartas Espirituais)

Personificação ou Prosopopeia

– Atribui características humanas como emoções ou atitudes , a objectos, situações ou animais.
Ex: 
“O mar, farto do vento Sul que o esguedelha e irrita, espoja-se raivoso.” (José Loureiro Botas, Frente ao Mar)
A Bomba atômica é triste, Coisa mais triste não há Quando cai, cai sem vontade.” (Vinícius de Morais)

Animismo

– O animismo atribui vida ou movimento a objectos inanimados. Ao contrario da personificação ele não lhes confere características próprias de seres humanos.
Ex:
“E assim nas calhas de roda,
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.”
(Fernando Pessoa, Autopsicografia)

Perífrase

– Utilização de muitas palavras para exprimir uma ideia que poderia ser expressa em poucas ou apenas uma.
Ex:
“Nos meses de águas vivas”  – (No inverno)
“O país do futebol acredita em seus filhos.” – (o Brasil)

Hipérbole

 Exagero de uma ideia através de uma frase ou expressão como forma de lhe dar ênfase.
Ex:
“Esse livro fez correr rios de tinta.”
“Já te disso isso um milhão de vezes!”

Eufemismo

– Frase ou expressão que tenta de alguma forma descrever uma realidade ou ideia violenta por palavras mais suaves.
Ex:
“Exalou o seu último suspiro.”
“Bateu as botas.”
(Morreu)

Ironia

- Exprimir uma ideia dizendo exactamente o seu contrario utilizando sarcasmo ou sátira.
Ex:
“A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças” (Monteiro Lobato)
“Saíste-me um belo patife.”

Litote

- Afirmar algo fazendo para isso a negação do seu contrario.
Ex:
“Estes não são maus conselhos”.
“Gouveia não é muito esperto”

Antítese

– Expor e relacionar duas ideias opostas através de expressões ou palavras contrarias.
Ex:
“O Esforço é grande e o homem pequeno.” (Fernando Pessoa, Mensagem)
“Estou acordado e todos dormem, todos dormem, todos dormem”. (Monte Castelo, Renato Russo)

Paradoxo

– Utilizar palavras ou expressões opostas ou contraditorias como parte da mesma ideia.
Ex:
:“Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer”.
(Camões)

Metonímia

- Substituir uma palavra por outra que mantém uma qualquer ligação contextual com a mesma como por exemplo substituir a obra pelo nome do autor; o conteúdo pelo contentor, a causa pelo efeito etc..
Ex:
“Ler Guimarães Rosa é um projeto desafiador”
“Bebeu só dois copos”

Sinédoque

– A Sinédoque é uma forma de metonímia porém as relação entre a palavra escrita e aquela que esta substitui é de subordinação. Na sinédoque evoca-se a parte para significar o todo ou o todo em vez da parte.
Ex:
“Nunca tive um teto para me abrigar”. (casa)
As armas e os barões assinalados Que da Ocidental praia Lusitana (Portugal) (Camões, Os Lusíadas)

Antonomásia

– Consiste em substituir o nome próprio de alguém por uma característica que lhe pertence como profissão, nacionalidade etc..
Ex:
“O rei do pop”
“O engenheiro da palavra”

Sinestesia

– Misturar diversas percepções para exprimir uma ideia englobando assim os diferentes sentidos (tacto; olfacto; visão; audição, e paladar).
Ex:
“(…) água de que se exala um hálito verde envolvido nas ondas.” (Raul Brandão, Os Pescadores)
“Cheira a mel e sabe a vento”

Hipálage

– Atribuir a um substantivo um adjectivo, característica ou qualidade que pelo contexto se subentende que pertence a outro.
Ex:
“(…) precisava de vexar aquela tipa, que, de perna cruzada, baforava um fumo feliz.” (Vergílio Ferreira, Aparição)
“…uma tímida fila de janelinhas.” (Eça de Queirós, Os Maias)

Zeugma

- Omissão de uma expressão ou termo já mencionado antes na mesma frase e que se aplica a um mesmo verbo ou adjectivo tornando o texto mais agradável e menos repetitivo.
Ex:
“Maria comprou um lápis; António, um livro”
“Quem me compra este formigueiro? E este sapo, que é jardineiro?” (Leilão de jardim – Cecília Meireles)

COMO COMBINAR CORES?

As cores são uma parte importante da nossa vida.

Utilizar as cores da maneira correta é muito importante especialmente na decoração ambiente.

Enquanto umas cores tem um efeito calmante, outras são estimulantes e ativas. Utilizar a combinação correta faz por isso toda a diferença.  As cores não existem isoladas, elas relacionam-se umas com as outras formando o que se chamam “esquemas de cores”. Veja aqui como os formar.

A roda da cor

roda-cores
A roda da cor é uma ferramenta importante para o conhecimento das cores e forma como estas se relacionam entre si. Ela as 3 cores primárias (azul, vermelho e amarelo) umas com as outras em quantidades diferentes.
A roda da cor é formada por 3 tipos de cores: primárias, secundárias e terciárias.

As cores primárias são vermelho, amarelo e azul pois não é possível obtê-las a partir da mistura de outras cores.

primarias

As cores secundárias são obtidas a partir da mistura de duas cores primárias em igual quantidade. Elas são: roxo (vermelho + azul), laranja (vermelho mais amarelo) e verde (amarelo + azul).

secondarias


As cores terciárias são criadas a partir da mistura de uma cor primária com uma secundária do mesmo lado da roda.

 triad

Para além da mistura de cores, a sua intensidade é também muito importante, para isto a cor é misturada com branco ou preto conforme se pretende um tom mais claro ou mais escuro.

Combinações monocromáticas

São combinações da mesma cor em diferentes tonalidades (mais claro ou mais escuro) adicionando preto ou branco à cor base.
tints

Nos exemplos acima a combinação lilás causa um efeito calmante, os laranjas produzem uma sensação de calor e os verdes um efeito mais refrescante.

Cores análogas

São cores  próximas na roda de cores mas que resultam de diferentes quantidades das cores que as compõem.
monotone


Triad de cores

Uma triad de cores é uma combinação formada por três cores equidistantes umas das outras na roda de cores.
As três cores primárias assim como as três secundárias são um exemplo de duas triades de cores.
realtriad


Como escolher um esquema de cores?

A cor é algo muito pessoal e subjectivo que varia de pessoa para pessoa de acordo com o gosto, no entanto existem combinações de cores que embora não agradem a todos estabelecem entre si um certo grau de harmonia.
Antes de mais é importante saber qual o estado de espírito que deseja induzir, calmante, relaxante, activo etc…

Escreva num papel as cores que lhe vêm à cabeça quando pensa na sensação que deseja transmitir. Procure imagens em revistas ou na web que transmitam o mesmo efeito que pretende e analise as cores presentes nelas.

A dimensão em que cada cor escolhida vai aparecer na sua combinação é igualmente importante. Se por exemplo estiver a decorar uma sala, as paredes pintadas de vermelho podem-se tornar rapidamente cansativas e demasiado exuberantes, se pelo contrário restringir o vermelho a pequenos apontamentos como almofadas ou toalhas de mesa o espaço ganhará um ambiente mais leve sem perder o efeito de acolhedor do vermelho.

Veja no exemplo abaixo três combinações das mesmas cores ocupando diferentes áreas e os efeitos distintos que transmitem.
combinacoes