Já é uma senhora de idade respeitável. Porém, mantém a irreverência e a espontaneidade das crianças. É traquinas e incisiva. Desobediente q.b.. E terrivelmente observadora e oportuna, a ponto de desconcertar os adultos mais sérios. Quem não gostaria de ser como a Mafalda, pelo menos só um dia de vez em quando?
Esta personagem nasceu a 15 de março de 1962 pela mão do desenhador argentino Joaquín Lavado, conhecido como Quino. Parabéns pela criação de um dos bonecos mais bem conseguidos de sempre na Banda Desenhada.
A Mafalda tem um site aqui.
Esta menina rebelde, inconformada diante do contexto mundial recente, tornou-se extremamente popular em todo o continente europeu e na América Latina. Inúmeras vezes ela foi comparada à criação do norte-americano Charles Schulz, Charlie Brown, especialmente pelo escritor Umberto Eco, em 1968, que via em ambos um temperamento triste e suave. Este autor também caracterizava Mafalda como uma protagonista propensa à ira, justamente por não aceitar as coisas como elas são.
As aventuras de Mafalda foram narradas em três veículos – Primera Plana, El Mundo e Siete Días Illustrados. Quino foi sempre um autor exigente, doando-se integralmente a sua criatura, com um estilo distinto de outros cartunistas, que dividiam sua produção com outros artistas e desenhistas. Ele fez questão de manter um vínculo direto com sua personagem, responsabilizando-se sozinho por ela. Assim, não foi difícil para o autor descobrir o momento exato em que ela deveria interromper sua trajetória e partir, antes que qualquer leitor pudesse se dar conta de que ela tinha completado sua jornada.
Quino criou habilmente metáforas para falar sobre assuntos que se encarados de frente poderiam ser censurados pelo sistema da época, personagens enterrados na burocracia de seus erros, a influência muitas vezes absurda da hierarquia social em questões pequenas do quotidiano, assuntos tratados por Quino com um tipo delicado e criticamente desperto de inteligência.