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segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Aperta o cinto...

quinta-feira, 15 de março de 2012
Parabéns Mafalda!
Mafalda faz hoje 50 anos
Já é uma senhora de idade respeitável. Porém, mantém a irreverência e a espontaneidade das crianças. É traquinas e incisiva. Desobediente q.b.. E terrivelmente observadora e oportuna, a ponto de desconcertar os adultos mais sérios. Quem não gostaria de ser como a Mafalda, pelo menos só um dia de vez em quando?
Esta personagem nasceu a 15 de março de 1962 pela mão do desenhador argentino Joaquín Lavado, conhecido como Quino. Parabéns pela criação de um dos bonecos mais bem conseguidos de sempre na Banda Desenhada.
A Mafalda tem um site aqui.
Esta menina rebelde, inconformada diante do contexto mundial recente, tornou-se extremamente popular em todo o continente europeu e na América Latina. Inúmeras vezes ela foi comparada à criação do norte-americano Charles Schulz, Charlie Brown, especialmente pelo escritor Umberto Eco, em 1968, que via em ambos um temperamento triste e suave. Este autor também caracterizava Mafalda como uma protagonista propensa à ira, justamente por não aceitar as coisas como elas são.
As aventuras de Mafalda foram narradas em três veículos – Primera Plana, El Mundo e Siete Días Illustrados. Quino foi sempre um autor exigente, doando-se integralmente a sua criatura, com um estilo distinto de outros cartunistas, que dividiam sua produção com outros artistas e desenhistas. Ele fez questão de manter um vínculo direto com sua personagem, responsabilizando-se sozinho por ela. Assim, não foi difícil para o autor descobrir o momento exato em que ela deveria interromper sua trajetória e partir, antes que qualquer leitor pudesse se dar conta de que ela tinha completado sua jornada.
É possível que a personagem Mafalda comentasse com ironia delicada o contexto de sua criação, no dia 15 de março de 1962, há 50 anos, como peça de uma campanha publicitária para máquinas de lavar que nunca foi lançada. Na época, seu criador, o cartunista Joaquín Salvador Lavado, mais conhecido pelo apelido, Quino, trabalhava em publicidade. Foi pouco mais de dois anos depois, em setembro de 1964, que Mafalda estreou na revista semanal Primera Plana. A tirinha durou até 1973, terminando, segundo o próprio autor, por “esgotamento de ideias”. Nesse período de quase 10 anos Mafalda serviu como meio para crítica sensível não apenas do contexto político e económico da Argentina, mas também da evolução social, dos novos tipos de relações formadas entre as pessoas e o mundo, uma mistura incrível entre pessimismo e humanismo de certa forma universal.
Quino criou habilmente metáforas para falar sobre assuntos que se encarados de frente poderiam ser censurados pelo sistema da época, personagens enterrados na burocracia de seus erros, a influência muitas vezes absurda da hierarquia social em questões pequenas do quotidiano, assuntos tratados por Quino com um tipo delicado e criticamente desperto de inteligência.
Já é uma senhora de idade respeitável. Porém, mantém a irreverência e a espontaneidade das crianças. É traquinas e incisiva. Desobediente q.b.. E terrivelmente observadora e oportuna, a ponto de desconcertar os adultos mais sérios. Quem não gostaria de ser como a Mafalda, pelo menos só um dia de vez em quando?
Esta personagem nasceu a 15 de março de 1962 pela mão do desenhador argentino Joaquín Lavado, conhecido como Quino. Parabéns pela criação de um dos bonecos mais bem conseguidos de sempre na Banda Desenhada.
A Mafalda tem um site aqui.
Esta menina rebelde, inconformada diante do contexto mundial recente, tornou-se extremamente popular em todo o continente europeu e na América Latina. Inúmeras vezes ela foi comparada à criação do norte-americano Charles Schulz, Charlie Brown, especialmente pelo escritor Umberto Eco, em 1968, que via em ambos um temperamento triste e suave. Este autor também caracterizava Mafalda como uma protagonista propensa à ira, justamente por não aceitar as coisas como elas são.
As aventuras de Mafalda foram narradas em três veículos – Primera Plana, El Mundo e Siete Días Illustrados. Quino foi sempre um autor exigente, doando-se integralmente a sua criatura, com um estilo distinto de outros cartunistas, que dividiam sua produção com outros artistas e desenhistas. Ele fez questão de manter um vínculo direto com sua personagem, responsabilizando-se sozinho por ela. Assim, não foi difícil para o autor descobrir o momento exato em que ela deveria interromper sua trajetória e partir, antes que qualquer leitor pudesse se dar conta de que ela tinha completado sua jornada.
Quino criou habilmente metáforas para falar sobre assuntos que se encarados de frente poderiam ser censurados pelo sistema da época, personagens enterrados na burocracia de seus erros, a influência muitas vezes absurda da hierarquia social em questões pequenas do quotidiano, assuntos tratados por Quino com um tipo delicado e criticamente desperto de inteligência.
domingo, 25 de dezembro de 2011
O Natal de Charlie Brown
A tristeza do personagem das tirinhas Peanuts é ainda mais visível durante o Natal. Charlie Brown se sente ainda mais triste durante essa época do ano - ele realmente não entende a importância que as pessoas dão a presentes superficiais. Toda a sutileza do humor de Charles Schulz está presente no curta animado "O Natal de Charlie Brown".


Charlie Brown é acima de tudo um personagem inquieto. Mesmo que resignado, é na maioria das vezes questionador, tem imensas preocupações. Uma deles bem presente no especial de natal de 1965. Em O Natal de Charlie Brown o significado da data é questionado. Charlie não entende principalmente a comercialização da época e o fato de ninguém se importar com ele. O garoto de oito anos e meio não recebe nenhum cartão natalino.
Para ajudar Charlie Brown a ficar mais feliz durante esse momento do ano, sua amiga egocêntrica, Lucy, propõe que Charlie seja o diretor da peça de natal que sua turma irá realizar. Desacreditado pelas outras crianças por sempre estragar todas as brincadeiras, Charlie se motiva a dirigir o espetáculo. Enquanto as demais crianças queriam apenas dançar e se divertir, Charlie se empenha na tarefa de conduzir a peça. Na busca de uma caracterização melhor do cenário, Lucy convence Charlie a buscar uma árvore de natal, especificando que quer uma grande e bonita de metal, mas Charlie decide levar uma pequena e frágil, porém viva. As outras crianças ficam inconformadas e constatam que Charlie Brown não consegue fazer nada direito.
A árvore, no entanto, pode representar o que Charlie Brown quer entender do Natal. É muito mais do que aparência, é um sentimento a ser cuidado, cultivado. Não é um produto, um presente. É mais do que uma árvore de metal, por mais bonita que essa seja, é uma árvore de verdade. Por isso a incompreensão do personagem face ao significado que as outras pessoas dão à data, mais superficial do que o depressivo Charlie consegue enxergar na árvore.
Criado pelo cartunista Charles Schulz , Charlie Brown faz parte das tirinhas Peanuts que foram publicadas de 1950 até o ano da morte de seu autor, em 2000. É somente em 1973 que os personagens de Peanuts ganham uma série de episódios animados frequentes. O humor melancólico de Schulz não está presente apenas em Charlie Brown, mas o personagem talvez seja a máxima expressão. Charlie Brown é um existencialista, e por isso questiona a vida, o amor, o Natal. E por não compreendê-los, pelo menos não da maneira que a maioria das pessoas os compreende, é que se torna mais amargurado. A tristeza de Charlie Brown, assim, não é somente um estado de espírito, mas sim uma parte de sua personalidade.
O não entendimento de coisas aparentemente banais faz de Charlie Brown uma pessoa incompreendida, e é dessa incompreensão para com ele e dele para com o mundo que surge sua melancolia. Mas o que o impulsiona é sua persistência em tentar compreender o que não entende. A obstinação do personagem por respostas só não é maior do que a vontade de fazer perguntas. Ele sempre substitui uma preocupação por outra - essa é sua razão de viver. Por estar sempre preocupado, a tristeza é parte integrante do personagem. O que não impede de Charles Schulz ver isso com bom humor.
A genialidade de Schulz não está em ver o mundo com estranheza, de ombros baixos, ressentido, mas sim em conseguir achar graça nessas situações. Mas não é um humor escrachado, de gargalhadas, é um humor de risada de canto de boca, de sorriso leve, um humor meio Charlie Brown.
Para ajudar Charlie Brown a ficar mais feliz durante esse momento do ano, sua amiga egocêntrica, Lucy, propõe que Charlie seja o diretor da peça de natal que sua turma irá realizar. Desacreditado pelas outras crianças por sempre estragar todas as brincadeiras, Charlie se motiva a dirigir o espetáculo. Enquanto as demais crianças queriam apenas dançar e se divertir, Charlie se empenha na tarefa de conduzir a peça. Na busca de uma caracterização melhor do cenário, Lucy convence Charlie a buscar uma árvore de natal, especificando que quer uma grande e bonita de metal, mas Charlie decide levar uma pequena e frágil, porém viva. As outras crianças ficam inconformadas e constatam que Charlie Brown não consegue fazer nada direito.
A árvore, no entanto, pode representar o que Charlie Brown quer entender do Natal. É muito mais do que aparência, é um sentimento a ser cuidado, cultivado. Não é um produto, um presente. É mais do que uma árvore de metal, por mais bonita que essa seja, é uma árvore de verdade. Por isso a incompreensão do personagem face ao significado que as outras pessoas dão à data, mais superficial do que o depressivo Charlie consegue enxergar na árvore.
Criado pelo cartunista Charles Schulz , Charlie Brown faz parte das tirinhas Peanuts que foram publicadas de 1950 até o ano da morte de seu autor, em 2000. É somente em 1973 que os personagens de Peanuts ganham uma série de episódios animados frequentes. O humor melancólico de Schulz não está presente apenas em Charlie Brown, mas o personagem talvez seja a máxima expressão. Charlie Brown é um existencialista, e por isso questiona a vida, o amor, o Natal. E por não compreendê-los, pelo menos não da maneira que a maioria das pessoas os compreende, é que se torna mais amargurado. A tristeza de Charlie Brown, assim, não é somente um estado de espírito, mas sim uma parte de sua personalidade.
O não entendimento de coisas aparentemente banais faz de Charlie Brown uma pessoa incompreendida, e é dessa incompreensão para com ele e dele para com o mundo que surge sua melancolia. Mas o que o impulsiona é sua persistência em tentar compreender o que não entende. A obstinação do personagem por respostas só não é maior do que a vontade de fazer perguntas. Ele sempre substitui uma preocupação por outra - essa é sua razão de viver. Por estar sempre preocupado, a tristeza é parte integrante do personagem. O que não impede de Charles Schulz ver isso com bom humor.
A genialidade de Schulz não está em ver o mundo com estranheza, de ombros baixos, ressentido, mas sim em conseguir achar graça nessas situações. Mas não é um humor escrachado, de gargalhadas, é um humor de risada de canto de boca, de sorriso leve, um humor meio Charlie Brown.